Quem faz tipografia no Brasil? – Parte 2

São eles que estão por trás das produções e iniciativas das fundições nacionais, são eles que quebram a cabeça, criam e recriam inovando a tipografia brasileira, sem eles o quadro atual seria outro bem inferior e é sobre alguns deles que essa segunda parte do post ‘Quem faz tipografia no Brasil?’ vai tratar.

Seriam necessárias mais algumas postagens para abranger e falar detalhadamente sobre todos aqueles que hoje contribuem no cenário tipográfico nacional. Na primeira parte alguns já foram mencionados como gerentes, criadores e organizadores das fundições digitais e projetos tipográficos, eles serão reforçados aqui dividindo o espaço com novos nomes. Alguns dos mais tops designers de tipos atualmente estavam presentes na explosão dessa área e contribuíram para a expansão principalmente do design de tipos digitais, na década de 90. Abaixo alguns dos mais experientes:

Cláudio Rocha

O tipógrafo Cláudio Rocha é um dos nomes mais consagrados e respeitados da tipografia brasileira. Em 1997/1998 ele publicou alguns dos primeiros tipos brasileiros distribuídos por revendedores internacionais, no caso de Rocha, as fontes Underscript e Gema foram distribuídas pela International Typeface Corporation(ITC). Claudio Rocha é autor dos títulos Projeto tipográfico – Análise e produção de fontes digitais da coleção Textos Design, de A eterna Franklin Gothic e Trajan da coleção Qual é o seu tipo das Edições Rosari. Claudio, junto com Tony de Marco, é idealizador e editor da revista Tupigrafia, uma publicação de certa forma recente e já reconhecida (Prêmio Brasil Faz Design 2002).

Priscila Farias

Com doutorado em comunicação e semiótica, Priscila Farias é referência para designers do Brasil todo. Muito citada em trabalhos e inspirações, ela atua em várias áreas da mídia comunicativa e do design gráfico, mas é na tipografia que ela brilha mais. Em 2002 recebeu o Prêmio Ouro Associação dos Designers Gráficos (ADG) de melhor trabalho na categoria Tipografia na Mostra Seletiva da 6ª Bienal de Design Gráfico, ela também  organizou o livro ‘Fontes digitais brasileiras: de 1989 a 2001’ (São Paulo: ADGBrasil/Rosari) – o que pode ser considerada a primeira grande obra de referência sobre tipografia digital editada no país – é autora de ‘Tipografia digital: o impacto das novas tecnologias’ (Rio de Janeiro: 2AB)

Tony de Marco

Tony de Marco é um designer autodidata paulista que em 1989 realizou um dos primeiros tipos digitais produzidos no Brasil, Sumô foi o nome da fonte. Também foi ilustrador na Folha de São Paulo, criou fontes para o jornal Notícias Populares e outras 30 fontes que fazem parte do recém-lançado Fontes Digitais Brasileiras (um catalogo de faces de tipos digitais brasileiros feita pela ADG – Associação dos Designers Gráficos do Brasil). Ele também é editor da revista de tipografia e caligrafia Tupigrafia, junto com Cláudio Rocha.

 

 

Fábio Lopez

Fabio Lopez é carioca de 1978, designer e mestre pela ESDI. Desde 1998 trabalha com pesquisa e desenvolvimento de fontes digitais, e tem projetos de design gráfico apresentados em exposições e publicações nacionais e internacionais (Letras Latinas, Bienal da ADG 2004, 06 e 09, Experimenta Design Lisboa, 100% Design Tokyo, Bienal Internacional de Cartazes da Bolivia, Seoul Design Week). Em 2010, foi o jurado brasileiro da 4a mostra latino-americana de tipografia ‘Tipos Latinos’. Trabalha como freelancer em projetos de identidade, moda e ilustração, e pratica design subversivo nas horas vagas. Em 2007 aprontou uma bela confusão com o projeto ‘War in Rio’- que lhe valeu 15 minutos de fama e a inimizade da cúpula de segurança do Estado do Rio. Tem um curso de tipografia chamado ‘Typofreaks’ e dá aula de design gráfico na PUC-Rio. Além de fotografar, administra um blog sobre design gráfico holandês.

O Século XXI chegou aproximando a tipografia do design gráfico. Uma galera que fazia design gráfico se apaixonou pela tipografia digital e se lançou de cabeça querendo aumentar a produção e mudar consideravelmente a cara da tipografia tradicional com a criatividade do design gráfico. Abaixo uma listagem de alguns designers mais recentes:

Ricardo Esteves

Ricardo Esteves é designer gráfico e pesquisador que atua desde que se formou, em 2005, focando, seu trabalho no design de fontes digitais. Ele trabalha e mora no Rio de Janeiro, onde está instalada a Outras Fontes, coordenado por ele mesmo – nesse projeto foram desenvolvidas fontes premiadas como a Jana Thork e Maryam. Ele também é professor de design na Escola Superior de Desenho Industrial.

Gustavo Lassala

Gustavo Lassala é professor e designer em São Paulo, Brasil. Doutorando em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, Bacharel em Design (Programação Visual) pela USJT e Técnico em Artes Gráficas pelo SENAI Theobaldo De Nigris”. Autor do livro “Pichação não é pixação”. Por meio da marca BRtype, cria, produz, e comercializa fontes digitais pelo distribuidor americano MyFonts.

Yomar Augusto

Nascido em Brasília, cresceu no Rio de Janeiro e hoje está instalado em Rotterdam na Holanda. Yomar Augusto começou sua carreira como designer gráfico antes de estudar fotografia na School of Visual Arts em Nova Iorque, e antes de terminar seu mestrado em Design de Tipos pela Royal Academy of Art em Hague na Holanda, ele começou com seu próprio projeto no Rio entre 2004 e 2005. Yomar ficou famoso em 2010 por ter sido responsável pela campanha da Adidas na Copa do Mundo de 2010 da FIFA, a fonte Unity estampou a bola oficial Jabulani e também os uniformes de seleções como a Alemanha e Espanha. Ele também ensina Tipografia para Publicidade e ministra workshops de caligrafia e book art ao redor do mundo.

Henrique Nardi

Mesmo tendo crescido em um ambiente de produção gráfica e mexer com softwares próprios para design, foi na faculdade que Henrique Nardi descobriu os diversos caminhos que o design apresenta, dentre eles a Tipografia. Começou a se interessar pelo assunto, a criar uma rede de contatos e insatisfeito com o modo com a Tipografia era passada, ele iniciou junto com um amigo, o projeto Tipocracia de ensino da tipografia de uma maneira diferente e hoje com esse projeto focado no modo de aprender a fazer tipografia, ele ministra oficinas e palestras em várias cidades do Brasil.

Leonardo Buggy

Em 1998, dois anos após sua graduação em design pela UFPE, Buggy criou a primeira fundição digital do Nordeste brasileiro, a Tipos do aCASO. Ele também já trabalhou como designer gráfico e diretor de arte para campanhas de diversas empresas como: Ford, Unilever, WalMart e Nannai Beach Resort. Em 2007 Buggy escreveu O MECOTipo, o primeiro livro sobre design de tipos em português brasileiro. Ele também coordenou o primeiro curso de design em instituição privada de Pernambuco até 2009, quando se uniu ao time de professores da UFPE. Buggy ensina Design de Faces de Tipo, História da Tipografia e Técnicas de Impressão, suas fontes mais conhecidas são Cordel, Disquete, Bitmap, Oxe, Régua, AvantBuggy, Lia e Fatwood.

Ligados a esses, estão muitos outros profissionais que atuam tanto em território nacional quanto lá fora. Alguns ministrando cursos, outros dando aulas em universidades de design, outros ainda colaboradores em sites e blogs de tipografia. Praticamente todos atuam como freelancers e/ou estão ligados a uma fundição, algumas vezes próprias e outras não. Cabe aqui citar os integrantes do projeto Tipos do Brasil:

Eduílson Coan (Curitiba) – www.dootype.com.br, Fabio Haag (Sapiranga/Londres) – www.daltonmaag.com, Fátima Finizola (Recife) – www.crimestipograficos.com, Frederico Antunes (Porto Alegre) – www.chibachiba.com, Hugo Cristo (Vitória) – www. hugocristo.com.br, Marconi Lima (Macapá) – www.typefolio.com, Marina Chaccur (São Paulo) – www.marinachaccur.com, Pedro Moura (Rio de Janeiro) – www.pedromoura.com.br, Rafael Neder (Belo Horizonte) – www.nedertype.com .

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