Comic Sans: O debate

Este é o capítulo final sobre a fonte Comic Sans. No primeiro artigo, falamos um pouco sobre a história da fonte Comic Sans. No segundo artigo, mostramos um pouco sobre o ódio que algumas pessoas tem pela família criada por Vicent Connare. Por fim, no ‘último post da série, faremos um pequeno debate sobre a mobilização causada por uma simples fonte. O que faz as pessoas se mobilizarem tanto?

O debate

Pode-se falar qualquer coisa sobre a Comic Sans, mas algo que não se pode dizer ao contrário é a importância do debate que ela abre sobre tipografia. Outra fontes podem até ser mais usadas ou famosas, mas nenhuma causa tamanha controvérsia como ela.

O esse debate nos mostra uma coisa interessante. Até 20 anos atrás, pouco se falava em tipografia. Nós quase sempre aceitávamos uma fonte do que realmente a escolhia. A tipografia digital foi um dos grandes trampolins para essa mudanca. Se o Machitosh foi o primeiro a utilizar tipografia bem executada em interfaces digitais, a Comic Sans, pode-se dizer, foi a primeira fonte a se tornar “queridinha” do publico em geral,se tornando extremamente popular.

Hoje, um grupo bem maior de pessoas pode compreender a expressão  “troca a fonte” ou sua variante “troca essas letrinhas“. A chave da mudança foram os menus Pull-Down dos computadores que se tornaram populares na década de 90. A partir daí, começou a se tornar familiar as diferenças entre fontes sem serifas e com serifa, alegre ou séria, pesada ou leve. Nesse mundo, foi que a Comic pode ser replicada em um mundo indefeso.

Alguns sites relatam que já existem indícios de que a fonte pode se tornar retro-chic, na onda que abraça os anos 80 e a moda pop. Uma das provas é o Comic Sans Project, uma iniciativa de dois designers franceses que defendem um maior uso da Comic Sans.

Não. Esses logos não ficaram bons. Ponto Final.

O mais maluco de tudo isso é que a Comic Sans se tornou altamente respeitada e utilizadas por pessoas que trabalham com crianças disléxicas – uso para o qual ela nunca foi pensada.

Finalizando

Certo ou errado, a favor ou contra, o fato é que a fonte tem um poder mobilizador incrível e o seu criador, Vincent Connare, um espírito tranquilo quanto a sua criação. Também, pudera. A visibilidade da fonte alavanca a carreira do cara. Não seria estranho que ele não tentasse ganhar os louros dessa conversa, não é?

Em seu site, em uma sessão específica intitulada “Why Comic Sans?“ ele brinca:

Por que usar Comic Sans? Porque, em alguns momentos, é melhor do que Times New Roman

Pregando o fim do ódio sem argumentos e do amor sem medidas, finalizamos o post com as frases do próprio Vincent Connare sobre a Comic Sans:

If you love it, 

You don’t  know much 

about tipography. 


And if you love it, 

You really don’t know much 

About tipography either. 

And you should get another job.

PS: Será mesmo? =)

Referências:

Why Comic? – Página do próprio Vincent Connare falando sobre o porquê da Comic Sans

Comic Sans Criminal – Página desenvolvida para criticar a Comic Sans. Oferece algumas orientações para quem quer alternativas

Por quê banir o Comic Sans – Matéria do Design.Blog sobre porque banis a fonte

Interface – Ms Bob – Registro da interface do sofrível Microsoft Bob

As 50 piores invenções de todos os tempos – Matéria da Revista Times sobre as 50 piores invenções de todos os tempos. MS Bob ficou em 49º.

Ban Comic Sans – O maior site contra a fonte. Segundo eles, o uso indevido da Comic Sans abala uma estrutura tipográfica desenvolvida por séculos.

What’s so wrong with Comic Sans? – Matéria da BBC questionando o que há de errado com a Comic Sans

A história da Comic Sans – Needesign

Comic Sans: The font everyone loves to hate – Matéria sobre a fonte que todos amam odiar.

Comic Sans Font Examined – Análise técnica da Comic Sans

Comic Sans Project – Projeto de dois Designers Franceses que defendem o uso da Comic Sans. “Por que Helvética é muito 2011“

Biografia de Vincent Connare – Tipógrafos.net

Biografia de Vincent Connare – PostDesk

Comic Sans Cafe – Página da Microsoft sobre a Comic Sans. Muito 1995!

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